quarta-feira, 17 de julho de 2013

Uma dança com Ignácio de Loyola Brandão



Loyola não sabe, mas já sonhei várias vezes em encontrá-lo. Na rua, talvez, atravessando uma grande avenida. Reconheceria o escritor, caminhando anônimo numa grande cidade como São Paulo e o cumprimentaria. Daí se iniciaria uma conversa, não entre uma fã e um grande artista, mas entre pessoas que têm afinidades. Pretensão a minha, mas em sonho pode.

Poderia perguntar sobre seus livros e falar sobre a vida. Tomaríamos um café e nos despediríamos. Sem mais.

A realidade não é como os sonhos e nas duas vezes em que o encontrei a reação foi a inversa. Na primeira vez, de tão emocionada, contive as lágrimas ao cumprimentá-lo. Quase não falei. Na segunda, ontem, sorri e calei.

Nada das afinidades, nem uma conversa descontraída, muito menos nada mais do que um olhar admirado, de quem vê um grande artista, do alto dos seus 77 anos, falar da vida, da obra, do dia a dia, como quem está sempre descobrindo o mundo.

E ganhei uma dedicatória no livro; um convite para dançar. Que inesperado! Pedi um abraço, já que a contradança não será possível senão nas cenas de um novo sonho. Em vez de um café, dançaríamos um bolero. Eu e Ignácio de Loyola Brandão. E voltaria pra casa como ontem, achando que ganhei o dia.