sábado, 28 de setembro de 2013

A visão de mundo de quem não tem visão



Desde ontem; aliás, desde antes, algo me chama atenção, mais do que a demolição do Edf. Caiçara, em Boa Viagem.

Sim. É possível algo mais surpreendente e também mais assustador do que a destruição de uma cidade.

O quê? A impossibilidade de mudança. A dificuldade de vislumbrar um cenário diferente do que está posto.

Desde ontem, quando a derrubada do prédio virou o assunto mais comentado das redes sociais e a imagem da construtora Rio Ave foi jogada na lama (como costuma acontecer rapidamente com os assuntos neste terreno virtual), chama a minha atenção a reação da construtora e as respostas que tem dado quando questionada sobre o crime contra o patrimônio arquitetônico do Recife.

A suspensão, mesmo que momentânea do processo de tombamento do prédio (se é que aconteceu isso mesmo), fez os donos da empresa ordenarem a derrubada o mais rapidamente possível; achando que assim eliminariam o obstáculo que os impede de erguer mais um arranha-céu à beira-mar.

Talvez tenham eles pensado: "- Vai que ninguém nota?! Quando perceberem, já vamos estar construindo o nosso predão!" \o/

É uma lógica recorrente, vista diariamente por estas bandas tropicais do litoral pernambucano.

Por que pensar num projeto diferente? Por que pensar em algo que conservasse a história da cidade e ainda deixasse pra posteridade também o nome da construtora?

Veja que não estou sendo altruísta no meu pensamento... seria possível eles serem capitalistas-selvagens nisso também.

...

Ideia rápida, que tive em 5 segundos: compravam o prédio, criavam um projeto legal, com um mega-edifício e conservando o Caiçara (que poderia ser transformado em Centro Cultural, como uma Casa de Cultura Laura Alvim (RJ)... quem sabe um Centro de Cultura Ave do Mar (?!) - que óbvio que eles não administrariam (poderiam doar à prefeitura em troca de redução de impostos ad infinitum) - e ainda ajudaria a manter o nome da empresa na mais elevada estima dos recifenses (que estariam pagando a obra com renúncia fiscal do município) e registrariam o nome do dono ou da marca também para a posteridade. No futuro, a tal construtora ainda poderia dizer que iniciou uma nova forma de atuar no Recife. Vejam que estratégia de divulgação perdida, minha gente!!!

A mesma sugestão vale para os empreendedores que pretendem fazer do Cais José Estelita uma mini Dubai, uma proto-Miami! Pra quê perder tempo transformando o lugar numa Amsterdã Nordestina? Numa Copenhagen Tropical??? Trabalho demais, né?! "Bora cimentar e espelhar tudo, que construir Dubai é mais rápido!!!".

Não pensam no futuro e também não pensam no lucro. Na minha modesta opinião de quem não sabe bater um prego numa parede, seria mais rentável vender a ideia de morar numa Copenhagen Recifense do que num deserto reconstruído. Mas acho que essas mega empresas talvez não tenham grana pra bancar uma pesquisa de imagem e mercado, né?! Muito alto o custo de pensar nisso... tsc, tsc, tsc...

...

Então, me perdendo e agora voltando, é engraçado ver que na gestão da crise que os caras mesmos provocaram na imagem da construtora não tem uma solução, só um reforço do problema. "A gente tinha a autorização e a gente derrubou! Uai?!".

É uma lógica que está no Recife, no modo de desenvolvimento pensado por quem tem grana por aqui e também por quem administra a cidade. Que cada vez é menos pública e mais privada (no sentido de particular e também no de esgoto!).

Foi com essa mesma lógica de "- Eureka! Temos uma autorização!", que derrubaram as palmeiras imperiais em frente ao Parque 13 de Maio; e com essa mesma lógica também cortaram as árvores centenárias do bairro do Espinheiro recentemente (o responsável pela obra me dizia, indignado com os protestos dos moradores: "- Mas a gente vai plantar outras!!!"). E é com esse mesmo pensamento que veremos sumir as casas centenárias da Av. João de Barros. (citando poucos exemplos da minha memória escassa).

É desse pensamento que vem a desesperança. Não há perspectiva de mudança. Ao menor cochilo da sociedade, a cidade será derrubada, arrancada e reconstruída aos moldes do que significa desenvolvimento para estas pessoas. Não importa se é o desejo da maioria, se no futuro só haverá carros engarrafados nas ruas, se o mar vai avançar por cima do calçadão e dos prédios, se a temperatura chegará aos 40 graus à sombra. Talvez seja esta a ideia mesmo: transformar o Recife num deserto e aí sim poder construir Dubai aqui! Esta é a visão de futuro desses que se dizem "empreendedores".

E o povo está só. As construtoras financiam as campanhas dos políticos, que quando ganham beneficiam as construtoras. Ninguém quer saber de discutir a reforma política. Muito menos o financiamento público de campanhas. Continuaremos sós; é o que me parece por enquanto.

* Foto do site do Diario de Pernambuco, feita por Bruna Monteiro/DP/D.A Press

* Não sei, nem fui pesquisar, se a construtora em questão fez doação para alguma campanha partidária. Este é apenas um pensamento recorrente meu de que o sistema partidário-eleitoral brasileiro precisa de mudanças, de regras mais rígidas que impeçam uma troca de favores, que não é boa para a população, nem para a democracia.

* Neste caso, em particular, penso que o senso-comum foi: "Mais um prédio, né?!"; "A gente 'planta' outro depois!". E assim seguimos sem rumo.

sábado, 7 de setembro de 2013

A cidade que se apaga

Andar pelo Recife nos últimos tempos dá vontade de chorar. Passei esta semana na Av. João de Barros, no Espinheiro, e constatei mais uma agressão aos registros arquitetônicos da cidade. Vão demolir as casas centenárias próximas à igrejinha para construir mais uma torre de concreto.

Quem quiser ver as casas que já tiveram os portões e as grades de ferro retorcido, formando belos desenhos, já não verá as residências (agora cobertas por um alto tapume de madeira, com a marca de uma construtora).

Mais do que a necessidade de sair tombando tudo o que é casa e bairro, falta aos moradores, ao poder público e aos empresários daqui o respeito aos registros que fazem o Recife ser o que é (ou já foi um dia). Falta criatividade para atuar no espaço urbano sem simplesmente destruir o passado, mas sim construir com o passado.

O Recife nunca teria um Bairro Gótico. Ele já teria sido demolido para a construção de altos edifícios de apartamento e comerciais (quem sabe bem espelhados!); sem criatividade alguma para fazer o novo se adaptar ao antigo, ou respeitar a passagem do tempo na cidade.

Ver as casas da João de Barros com tapumes e imaginá-las transformadas numa grande torre de minúsculos apartamentos, vendidos a preço de ouro, partiu meu coração.

Cada vez mais o Recife é uma cidade sem memória, sem identidade. Uma cidade que se apaga como se fosse desenhada com lápis grafite, nas pranchetas de investidores que observam de longe, mas não andam por suas ruas.

Restarão uma casa e a igreja espremidas, numa metrópole que não sabe como crescer e respeitar sua memória e seus moradores. Restarão o engarrafamento diário, o som das buzinas e a grosseria dos motoristas - que me fizeram ficar vários minutos observando o que já não é a Av. João de Barros; em frente às casas que podem já não estar de pé neste sábado chuvoso.

Restarão as fotos de família.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

E assim se passaram 22 dias (sobre viagens, encontros e autoconhecimento)

Voltei, Recife! A viagem acabou, as férias ainda não. Viva!!! Mas o diário de viagem acaba hoje, com os agradecimentos finais.  Foram quatro cidades em 22 dias (não foi uma maratona; achei um tempo bom pra fazer as coisas do roteiro turístico e tentar um entendimento melhor dos lugares para além dos monumentos, praças e museus). Em alguns lugares eu poderia/gostaria (de) ter ficado mais tempo (caso de Roma  e Madri), mas acho que planejei bem a viagem e fiz tudo o que eu queria e coisas que surgiram sem eu planejar. Amei!

Nesse percurso encontrei muita gente (claro!) e algumas destas pessoas foram importantes para o que se tornou a viagem. Então vou fazer um agradecimento em ordem cronológica desse povo importante, desconhecido, que talvez eu nunca mais encontre de novo.

1. Obrigada às freiras do hostal-convento que eu fiquei em Roma, especialmente Elizabeth (uma mexicana) e Verônica. Sempre atenciosas e queridas, empolgadas com as minhas programações diárias. Gostaram de bolo de rolo e ficaram ansiosas pra saber o que eu iria achar da Sagrada Família, em Barcelona, que elas também não conheciam.

2. Às brasileiras Annaizi e Mariana, que me deram a dica sobre como chegar à praia e aos queridos que foram à praia comigo e que conheci no trem e no ônibus a caminho de Ostia: Zuleika (geógrafa brasileira estudando na Alemanha), Anna e o marido (da Moldávia, mas também geógrafos e morando na Alemanha) e os marroquinhos Hamud e Yassin (que me deram dicas sobre a visita à Cinecittà).

3. A Jéssica, uma americana da Califórnia que tirou minha foto em frente à Sagrada Família e com quem conversei bastante logo após a visita, e a Ainoa, querida demais que me ajudou a chegar em casa depois do jogo do Barcelona! Obrigada, Ainoa!!!

4. Juliana Colares e Helenira! Um beijo e obrigada pela companhia na praia de Barceloneta! Fomos finas e fofas numa segunda-feira ensolarada!

5. Cristina e Rocio, minhas amiguinhas espanholas na visita à Casa-Museu de Lorca, em Granada. A visita foi mais encantada com a presença de vocês! Espero que nos vejamos de novo.

6. Mariela e o marido, que acho que se chama Pedro (perdão! Pedro, fiquei na dúvida agora). As dicas de vocês em Granada foram certeiras! Vi uma das melhores peças da minha vida graças a vocês! Espero que a continuação da sua viagem esteja sendo maravilhosa!

7. A Anne, recepcionista do hotel em Madri, que me ouviu falar feito uma matraca depois de uma viagem cansativa. E a João, pernambucano, estudante intercambista numa universidade espanhola e companheiro de conexão no aeroporto de Lisboa, que me ajudou a entender muito da crise econômica grave que a Espanha e a Europa inteira atravessam. Obrigada!

xxxxx - uma pausa - xxxxx

Lembrei agora que tirei uma foto com um chinês no metrô de Barcelona (?!). Não vou agradecer a ele.... eheheheheheh... é só porque lembrei disso agora. Dois chineses e um árabe conversando no metrô de Barcelona. Dois não falavam o "R", um não falava o "L", mas eles se entendiam.  De repente entra um homem tocando violão no metrô, os amigos pedem pra eu tirar uma foto deles; eu tiro. O chinês, animado, pede pra tirar uma foto comigo. Fiquei sem graça de dizer não. Tirei uma foto com ele. :-S E logo depois pensei: "Meu deus! Eu tirei uma foto com um homem que eu nunca vi no metrô de Barcelona! Sabe-se lá onde vai parar esta foto!" (mas já era, né?!). Então, se aparecer uma foto na internet minha com um chinês num vagão de metrô, com a legenda "Peguei a gordinha!" (escrita em chinês, claro!), ignorem!!! kkkkkkkkkkk... eu nunca vi esse chinês mais magro na minha vida!

xxxxx - fim da pausa - xxxxx

Voltando aos agradecimentos: obrigada a todos que me deram dicas, comentaram por aqui, foram minha companhia de viagem também.

E um agradecimento especial a Guadalupe, uma senhora espanhola animada e falante de Cárceres, que conheci no café da manhã do meu último dia em Madri (pouco antes de ir pro aeroporto). Guadalupe estava a caminho de um retiro com monges num monastério perto de Madri (ela faz isso de vez em quando, pra 'acalmar' o espírito, ficar em silêncio e em paz por um tempo).

Só ela falou, praticamente, e eu apenas ouvi. Parecia que ela tinha chegado ali só pra eu ouvir, então eu ouvi:

"Desculpa estar falando tanto, viu?! É que eu sou meio elétrica e já acordo desse jeito. (risos) Meu filho diz que quando eu chego no monastério os monges gritam: - Fechem as portas! Chegou Guadalupe! (mais risos). Minhas irmãs dizem que eu falo demais, que não sabem como eu consigo ser tão animada. Mas sabe o que eu penso: as pessoas saem de casa todos os dias e só olham pra frente ou pra baixo, sem ver as novidades do mundo. E eu acho que a gente pode ter uma vida mais feliz quando a gente olha pros lados, conversa com as pessoas. A vida é tão mais simples do que a gente pensa. Quando eu vou pro monastério fico a maior parte do tempo em silêncio - porque a gente tem que viver na clausura, igual os monges, e pra mim é muito difícil. Mas ter aquela vida simples, sem sinal de celular, sem computador, uma cama simples, um banheiro, um lugar em paz... às vezes é tudo o que se precisa".

É isso. Guadalupe falou, eu contive as lágrimas; tinha que sair correndo pro aeroporto e instintivamente abracei ela pra me despedir. E mesmo sem me conhecer, Guadalupe me abraçou de volta e a minha viagem aqui pro Brasil foi mais em paz e mais tranquila por causa destas palavras e deste abraço. Obrigada Guadalupe! Que o seu retiro esteja sendo maravilhoso e de muita paz.

E aí quando eu acordei ontem, arrumando a casa, abri um livro que estava fora do lugar e dentro tinha um papel com um texto de Santo Agostinho e é com ele que este diário de viagem terminará:

"Não vê que somos viajantes?

E tu me perguntas:
Que é viajar?

Eu respondo com uma palavra: é avançar!

Experimentais isto em ti.

Que nunca te satisfaças com aquilo que és
Para que sejas um dia aquilo que ainda não és.

Avança sempre! Não fiques parado no caminho."

(Santo Agostinho)


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (29/08/2013)

matando a saudade das minhas duas gostosinhas :-)




* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (29/08/2013)

domingo, 25 de agosto de 2013

um jardim botânico inteiro pra lembrar de quem a gente gosta :-)




* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (25/08/2013)

quatro horas caminhando e não consegui ver tudo!




* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (25/08/2013)

"Que terreiro é esse?" - viagem chegando ao fim :-S;-)

Amanhã é meu último dia aqui e meu último dia de viagem; ainda não programei nada. Vamos ver o que "as cartas" dirão pra eu fazer! eheheheheheh...

Tô brincando com as cartas porque ontem foi a primeira vez que vi televisão nesta viagem. Zapeei uns canais e tive crises de riso com um modelo de programa que coloca "exotéricos" para fazerem consultas na TV. Vi Paloma, David, Maruja, mas as mais engraçadas eram Aida Romero (uma sensitiva) e Celia La Profesora (uma taróloga).

Aida Romero atendeu uma ligação de uma mulher reclamando que a previsão dela não tinha se concretizado! kkkkkkkkk... ao que ela, prontamente, respondeu: "Cariño, você tem que fazer as indicações que eu mandei. Você ligou na semana passada; eu estou reconhecendo a sua voz. Você tem que fazer o que eu disse". kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... E no final, ela aconselhou a "cliente" a tentar uma conversa com a pessoa com quem ela quer resolver o assunto! Aida Romero é uma "ótima" vidente!

E tem Celia La Profesora. A melhor! Ela atendeu Salvadora, uma senhora com muitos problemas. eheheheheheh... Celia La Profesora fala o tempo inteiro: "Te quiero mucho! Llama, que te quiero mucho!" ahahahahahahahah... o que numa tradução livre seria: "Liga, que te amo muito". E viu o seguinte nas cartas do tarô para Salvadora: ela vai receber uma ligação em até 4 meses! (ainda bem, né?! quatro meses sem receber um telefonema pode ser considerado um total abandono!); terá um problema com o governo resolvido (Salvadora contou a vida dela inteira para Celia La Profesora); e encontrará o amor da vida dela em até 6 meses! (eu estava esperando essa previsão, quando finalmente ela apareceu e eu pude trocar de canal). Enfim, Salvadora se despediu feliz! "Llama que te quiero mucho!".

(pausa para respirar)

Observações de final de viagem:

1. Eu continuo chocada com os preços nos supermercados daqui. Em Roma o supermercado é mais barato, mas aqui na Espanha a maioria das coisas tem preço igual ou é mais barata do que no Brasil. Há que se estudar o porquê disso! Só um exemplo que me deixou de queixo caído: é possível comprar 40 (QUARENTA!!!!) absorventes femininos pelo preço que a gente compra 8 (OITO!!!!) no Recife!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Depois de passar por esta seção eu decidi sair do supermercado para não fazer mais contas!

2. Quem já veio por estas bandas deve saber que os hotéis na Europa têm uma acústica única. Não sei se é pela espessura das paredes, ou porque elas são de gesso, mas normalmente é possível ouvir alguma coisa do que se faz e fala nos quartos vizinhos. Aconteceu nesta viagem em todos os lugares onde me hospedei. Mas em Granada e agora em Madri meus vizinhos de quarto foram casais mais animados, o que vai me render mais histórias engraçadas pra contar.

Em Granada, eu estava na dúvida se tirava ou não um cochilo durante a madrugada, com medo de perder o voo; mas num determinado momento eu desisti mesmo. Sabe aquelas camas de armar?! Que rangem?!  Pronto!!!! O casal de pombinhos hospedado no andar de cima arrulhou a noite inteira numa daquelas, com pausas curtas entre uma atividade e outra. eheheheheh... eu comecei a ouvir quando cheguei da peça de teatro, depois da meia-noite, e eles continuaram arrulhando pelo menos até as 4h30, quando eu parti para o aeroporto. Depois de um determinado momento eu considerei que era um sinal para eu não dormir e não perder a hora! kkkkkkkkk...

E aqui em Madri, a sensação do andar que eu estou é Matias! Não me pergunte quem é, mas todo mundo no oitavo andar sabe que Matias está hospedado no 803!  Matias é mais objetivo, mas nem por isso menos eficiente. Basta considerar que todos sabemos o nome dele agora. Diversão garantida, ou o seu dinheiro de volta!

Se fossem modalidades esportivas, poderíamos dizer que Matias e sua companheira jogam handebol, ou futebol de salão (talvez basquete). Menos jogadas, jogo rápido e gol! (ou ponto!). Já os pombinhos de Granada jogariam futebol de campo, ou vôlei. Jogadas ensaiadas, espaço para o contra-ataque, o ponto ou gol pode demorar, a partida é longa, mas isso não deixa o jogo menos emocionante.

Não, eu não pensei em reclamar. Não é porque eu estou viajando sozinha que vou empatar o namoro dos outros. eheheheheheh... "All we need is love!"

Vou pra rua, que Madri e o Museu do Prado me esperam! Não sei se volto por aqui. Talvez só do Recife agora, porque o acesso ao computador deste hotel é mais complicado. Mas foi muito bom estar com vocês. Não se enganem que tudo o que eu contei por aqui é só uma pequena parte de todas as novidades que ainda tenho pra contar! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... quem viver ouvirá!


PS 1: Thiago Soares e Cynthia Leite! Eu não posso ver uma loja do El Corte Inglés que me lembro de vocês!!! Estão todas em rebajas, hein?!

PS 2: Saudades de Roma! Começaria tudo outra vez a partir de quarta-feira se a viagem fosse pra Roma.


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (25/08/2013)

Madri e o encantamento de uma cidade que não para

Antes desta viagem, toda vez que eu dizia que havia estado em Madri e considerava uma cidade fantástica (apesar do pouco tempo que fiquei da última vez), alguém me dizia duas coisas diferentes: 1. "É porque você não conhece Barcelona!" 2. "Quem gosta de Madri não gosta de Barcelona e quem gosta de Barcelona não gosta de Madri".

Não é que eu não tenha gostado de Barcelona (sou turista e não preciso assumir as rixas locais); eu gostei de Barcelona. Mas amar, acho que só é possível uma delas. E na Espanha a minha cidade é Madri. É tudo de bom! É linda, charmosa, moderna, com programações variadas, pessoas na rua o tempo inteiro (a cidade chama pra rua, pra caminhar, pra se embrenhar). É cultural, é moda, é colorida, é quente, mesmo quando está frio. Eu amo Madri! Meu amor por Madri só foi superado pelo meu encantamento e paixão por Roma, depois desta viagem. As duas agora ocupam espaço enorme no meu coração.

Cheguei ontem depois de uma péssima noite de sono e uma viagem de madrugada. E fui dormir pra aproveitar a cidade no fim da tarde e noite. Caminhei daqui onde estou (perto da Plaza de España) até o Museu do Prado, seguindo o caminho pela Gran Vía, e depois voltei pelo meio, passando pelas várias praças do centro de Madri, até chegar na Porta do Sol e seguir de volta pra cá. Madri é estonteante! Cheguei em casa perto da meia-noite e a cidade apenas estava começando mais um turno de gente na rua.

Madri é uma daquelas cidades que você entra numa portinha no meio da rua e dentro descobre o mundo! Fui na Praça das Cibeles, num centro cultural que tem bem em frente, com um terraço panorâmico, e fui descendo e vendo as várias exposições em cartaz no lugar. Fantástico! Para a temporada de verão eles organizaram um debate nos vários andares sobre os caminhos das cidades. Fotografia, filmes, quadrinhos, artes plásticas, arquitetura e tecnologias. Em cada andar uma exposição diferente, seguindo uma temática em torno deste debate.

Vi um filme muito bonito sobre uma situação de seca numa cidade da Austrália (ficção, mas poderia acontecer em qualquer lugar; do mesmo jeito que estamos vivendo a seca no Sertão Nordestino). A história fala de crianças que resolvem juntar suas lágrimas para fazer uma espécie de ritual da chuva. Tocante.

Hoje vou sair cedo e tentar uma vaga no Museu do Prado.  Da última vez que estive aqui foi a trabalho, com um tempo curtíssimo livre, e por sugestão do excelente guia Aquiles Lopes, eu, Thiago Soares e Cinthya Leite conhecemos o belo museu Reina Sofia. Desta vez vou tentar ver o máximo do Prado (porque já me adiantaram que é feito o Louvre; não dá pra conhecer em apenas um dia).


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (25/08/2013)

sábado, 24 de agosto de 2013


Kkkkkkk... Celia La Professora - tarô na TV!!!!



é uma tendência na TV daqui! Previsão do futuro! :-D


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (24/08/2013)

Madri!!! ;-)


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (24/08/2013)

Madri! ♥ ♥ ♥




* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (24/08/2013)

Madri! ♥♥



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (24/08/2013)

Madri! ♥



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (24/08/2013)


Eu odeio o Google Maps! Mas eu amo Madri! Pronta pra me jogar nestas ruas!


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (24/08/2013)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Minha gente! Se eu contar ninguém acredita! Valha-me Nossa Senhora! Kkkkkkk...


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

Rey Fernando


Vocês não têm idéia da delícia que é isso aqui; chama-se Rey Fernando, de uma doceria com o mesmo nome. @pratonamao @quintopecado


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

Último dia em Granada: feira, Albazyn e Lorca

Hoje eu fui circular pela cidade. Fui pra rua ver os vendedores de frutas e especiarias, nos mercados de artesanato, fui ver as pessoas.

Conversei com gente daqui. Entendi um pouco mais a cidade pelo olhar deles. Depois almocei no centro (aqui pertinho do hotel) e vim descansar na hora que a cidade ferve.

Depois segui para o bairro árabe, Albazyn, já no fim da tarde (entenda-se 20h por aqui). Um lugar muito bonito, que chamam de "bairro branco", onde as casas são todas pintadas de branco e parecem um cenário de filme.

Pra chegar lá eu tive a brilhante ideia de dispensar o ônibus, pra ver de perto as ruas. Foi massa, mas tive que subir o equivalente a 3 Ladeiras da Misericórdia! E no final eu já estava implorando que passasse um “autobus”. :-)

No caminho tinha uma igreja onde estava acabando de acontecer um casamento e ia começar outro. Os noivos saindo e o pessoal da próxima cerimônia esperando pra entrar.

Clima de festa, muito legal. Mas o mais inusitado foi ver um japonês (turista) fotografando o povo da festa. Ele tirou tantas fotos (talvez mais do que o fotógrafo oficial), que no final duas convidadas foram conversar com ele e perguntar se ele tinha Facebook, pra pelo menos compartilhar com os noivos aquelas imagens! Kkkkkkkk...

A minha programação final aqui em Granada foi uma peça belíssima de Lorca, "Mariana Pineda", que está sendo encenada num espaço cultural. Emocionante! (as dicas dos dois espetáculos eu peguei com um casal de argentinos que mora no Brasil e que conheci numa das visitas que fiz a Alhambra; muito obrigada!!!).

E assim termina minha aventura granadina. Meu voo sai daqui a pouco e estou fazendo hora, sem querer dormir, com medo de me atrasar e "perder o avião". Eheheh... a velha e boa paranoia.

O próximo destino é certeiro, eu já conheço e já adoro! Se conseguir, eu volto pra contar.


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

Granada é diversa e encantadora

A Andaluzia não é Pernambuco e Granada não é o Recife. Até agora eu falei só do que aproxima, mas o encantamento também está no que é diferente.

Se durante o dia, nesta época do ano, faz 40 graus e mais; à noite a temperatura cai para os vinte e poucos e as pessoas vão pras ruas. Granada se ilumina, ganha uma vida diferente, ganha música, sons de tamancos e castanholas.

É de tirar o fôlego! Gente caminhando por todos os lados. Bares, restaurantes, docerias e sorveterias abertos até a madrugada. Um clima gitano e também árabe. É a mesma cidade, mas é diferente.

Ontem fui a uma apresentação de flamenco, música gitana e recital de poesias num teatro ao ar livre montado apenas no verão nos jardins de Alhambra. Muito lindo! E a lua ainda estava cheia!

Fiquei com a impressão de que é algo como o Balé Popular deles (pra turista ver). Mas esqueça a improvisação do Teatro Beberibe! Aqui o negócio é sofisticado: som, figurinos e iluminação perfeitos.

O corpo de bailarinos belíssimo. Aquelas músicas que falam do amor apaixonado; as cores; os violões...

As mulheres lindas, com as saias de babado, os xales bordados; vestidas da cabeça aos pés, mas com uma sensualidade que suponho que uma mulher completamente despida jamais terá.

A sensualidade da curva do corpo, do rodar da saia, do movimento das mãos, da batida dos tamancos.

E os homens também tão sensuais. A bravura do touro e a ousadia do toureiro tão bem representados; uma coisa masculina, firme. (um me joga na parede e me chama de lagartixa! :-))

Acabou depois da meia-noite e muita gente volta pra casa caminhando. Eu voltei também e pude ver a cidade ainda viva, acordada, iluminada. Linda!


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

Albazyn, bairro árabe, Granada




* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

Fui à feira



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

Puentevaqueros e Alhambra - emoções diferentes

Ontem eu fui a um pueblo aqui perto de Granada, chamado Puentevaqueros, onde Lorca nasceu e viveu os primeiros 7 anos de sua vida. Lá tem um Centro de Estudos Lorquianos e um museu-casa também. Saí cedo do hotel, em direção a um terminal de onde saem os ônibus para os pueblos. Não adiantou muito ter corrido pra chegar o mais rápido possível lá porque descobri que os ônibus só passam de hora em hora; e como eu cheguei lá às 10h15, teria que esperar 45 minutos pelo próximo transporte. Apesar de o lugar ser cerca de 10 minutos de ônibus daqui, não dá pra ir a pé porque o caminho é por rodovias.

Enfim, não me restava muita coisa a não ser esperar e observar. Enquanto eu esperava o próximo transporte para Puentevaqueros reparei que neste terminal só chegavam velhinhos. Esperavam um pouquinho, chegava o ônibus e eles embarcavam para algum desses lugares que ficam aqui perto de Granada.

Vi várias velhinhas iguais à minha avó (roupas coloridas, cabelo arrumado penteado meio pra cima, batom, brinco de pressão, anéis, sapatinho de velhinha, e dentro da bolsa uma bolsinha de moedas, que além de dinheiro, leva uns papeizinhos - se você perguntar, elas não vão saber por que estão ali, mas também não vão querer jogar fora). E tinha vários vovôs também: calça social atacada alta, logo abaixo do peito, cabelo penteado, uma barriguinha, sapato social, às vezes boné, às vezes bengala, às vezes os dois.

No ônibus que me levou a Puentevaqueros eu era a mais nova. Depois de mim, o mais novinho tinha bem uns 70 anos! E fiquei com a impressão de que nos pueblos moram os velhinhos da Andaluzia.

Ontem eu me emocionei, mas não chorei. No caminho fui vendo as cidades do interior de Pernambuco. eheheheheh... só que em vez de cana-de-açúcar, por aqui eles plantam milho. E Puentevaqueros poderia ser qualquer cidade dessas. Garanhuns, Gravatá, Pesqueira, Belo Jardim, Rio Formoso... pense numa cidadezinha do interior de Pernambuco ou da Paraíba e você também estará em Puentevaqueros. Ia ter festa na praça principal e o pessoal do Ayuntamento estava enfeitando o lugar e colocando iluminação especial.

Conheci o Centro de Estudos Lorquianos e visitei a casa-museu. Meu encantamento desta vez foi por ver o lugar da primeira infância de Lorca e também objetos e lembranças do seu grupo de teatro: o La Barraca. Era um grupo de teatro de rua, que se apresentava nos pueblos encenando pecas clássicas da literatura espanhola. Vi objetos relativos à Sapateira Prodigiosa e o mais legal são as poucas imagens de Lorca ainda vivo que eles passam numa espécie de documentário. Ele representando a Morte na peca "A Vida é Sonho", de Calderón de La Barca; e imagens divertidas, da montagem dos cenários do La Barraca e de Lorca com os amigos (sempre sorrindo, feliz, com cara de quem era amado). Fiquei feliz de poder ver tudo isso.

Voltei pra casa, fiz a siesta e depois segui para Alhambra (fala-se Alambra); uma fortaleza do apogeu do domínio mulçumano por estas bandas e que foi tomada pelos cristãos na Idade Média. É um lugar encantado. O detalhamento das paredes, as cores, os jardins... de uma riqueza cultural enorme e que deve dar um trabalho danado para conservar do jeito que está. Não consegui entrar em todos os palácios (porque o lugar é muito grande e são muitas subidas e descidas). Apesar de toda a beleza, o que mais me chamou atenção foi um sistema de canais, fontes e piscinas que passa por toda a fortaleza. É esta água que jorra por todos os lados, que irriga os jardins e também uma plantação de abóbora e uvas que vi por lá, que dá uma sensação de paz ainda maior (aquele barulho de água corrente, lembrando sempre que estamos sempre de passagem, que a vida segue).


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

Observações de uma sexta-feira

Eu sou turista, mas aprendo rápido. Quando cheguei aqui em Granada na terça à tarde e fui caminhar pelas ruas, reparei que mais de 90% das lojas tinham um aviso na porta dizendo mais ou menos o seguinte: Em agosto, o horário do intervalo é das 15h às 18h. Algumas fazem o intervalo, ou a siesta, até as 19h. Registrei a informação e entendi o porquê no dia seguinte.

Neste horário é possível fazer “huevos revueltos” (ovos mexidos) no asfalto!!!! Os granadinos (ou granadenses) estão felizes com o verão deste ano porque a temperatura tem ficado na casa dos 40 graus! Eles acham que está um verão ameno. kkkkkkkkk... Em Sevilha, que eu não vou conhecer nesta viagem, mas está no roteiro de uma próxima vinda à Espanha, fez 50 graus esta semana!!!

Eu estava caminhando na rua na quarta à tarde e fui sentindo o chão esquentar. Instintivamente fui encontrando o caminho do hotel e me escondi até as 19h. Ficar na rua com um calor desses só se você não tiver outra opção, for turista, ou maluco. Eu sou a segunda opção e um pouco da terceira, mas sou ligada!

Outra coisa que estava pensando há pouco, enquanto tomava café da manhã aqui do lado do hotel, é que a gente talvez ache os europeus grossos porque não pensa na situação deles. No Recife a gente vê um grupo de 5 ou 10 turistas perdidos na cidade e pensa: "Eita! Lá vão os turistas!".

Agora multiplique esse número por infinito e pense numa multidão invadindo as cidades, todos perdidinhos, pedindo informações para todos os lados (em 200 línguas diferentes!) e você ter que dizer 100 vezes por dia onde é o Pantheon; que ônibus passa na frente da Sagrada Família; e se dá pra chegar em Alhambra a pé?! Se eles perdem a paciência uma vez ou outra, eu entendo, sinceramente. Dois branquinhos falando inglês acabaram de pedir chá aqui na pastelaria e quando a garçonete colocou, eles tomaram 2 goles, deixaram todo o resto e foram embora de repente. Ela olhou sem acreditar! "Ué?! Por que eles pediram chá?".

Tenho reparado em muitas coisas nestes dias. Algumas são novas observações, outras são velhas, mas sempre renovadas. Uma delas é como as famílias europeias viajam juntas. Vai o pai, a mãe, os filhos (de qualquer idade - bebês são levados às ruas do mesmo jeito que adolescentes) e os cachorros também. (Não vão as babás!!! Esqueça essa escravidão, ops!, profissão por aqui!) É bonito de ver! E pra quem vem do Brasil, um país tão machista, ver o papel dos homens no cuidado com os filhos chega a ser surpreendente.

Isso tinha me chamado muita atenção na Suécia e na Dinamarca e voltou a me impactar desta vez. Não tem isso de quando o pirralha está chorando "toma que o filho é teu, não!". Os homens embalam os filhos, acodem em situações difíceis, brincam e passeiam sozinhos com os rebentos, trocam fraldas e são procurados pelos pimpolhos quase com a mesma frequência com que eles procuram as mães. Vi um casal que, enquanto a mulher lia um livro, despreocupada, o homem embalava a filhinha botando pra dormir. E isso tudo é de uma naturalidade. Não dá pra perceber se eles combinam, tipo: "agora é a sua vez!". Simplesmente é assim. Se não é uma divisão igual dos papéis, é quase igual.

Mas pra me lembrar sempre da importância das mães, quando estava no aeroporto de Barcelona vindo pra Granada, uma vovó puxou conversa com um menininho de uns 5 anos, muito falante, que viajava apenas com a mãe.


Ele: "Eu tenho pena das crianças que não tem pais"

Vovó: "Todas as crianças têm pais, meu amor! Todas as crianças têm pai e mãe."

Ele: "Não. No meu colégio tem várias crianças que não tem pai. Eles só tem uma mãe e eu acho triste isso"

Vovó: "Eles têm pai, mas o pai não está. Não dá pra nascer sem um pai e uma mãe. Tem crianças que têm dois pais e duas mães. Mas todas as crianças têm pai e mãe também".

Ele (matutando uma resposta): "É... quando eu crescer vou ter uma casa com trampolim! (mudou de assunto :-))

Vovó: "Então você vai ter uma casa com piscina?"

Ele: "Não. Eu só quero o trampolim. Quando eu crescer, vou ter uma casa com um trampolim bem grande!"

Vovó: "É... (matutando uma resposta)" (risos).


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Jardins que trazem lembranças



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (22/08/2013)

Um caminho de jardins



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (22/08/2013)

A paz na água que corre por Alhambra




* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (22/08/2013)


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (22/08/2013)

É emoção demais em tão pouco tempo. Cartaz de estréia da Sapateira Prodigiosa. @dudao72 @lula_pinto @crisdesa


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (22/08/2013)

O coração quente

Fui estudar espanhol para ler Neruda, mas saber espanhol ajudou a me aproximar e conhecer mais da obra de Lorca; que conheci na faculdade, na época que a gente montou um grupo de estudos de teatro, O Nariz de Cêra. Minha aproximação com a obra e a história de vida de Lorca sempre foram de encantamento e conhecer a Andaluzia e Granada passaram a fazer parte de um projeto de vida, que estou realizando com esta viagem.

Andar em Granada é compreender melhor sua poesia e sua obra teatral; é estar nos cenários de A sapateira prodigiosa, de Yerma, de A casa de Bernarda Alba e de todos os seus poemas. Tudo ganha um significado igual e diferente, de um contexto que a gente imagina e vê colocado em cada rua por aqui. (Queridos do Nariz de Cêra, lembrei de todos vocês aqui!)

Ontem a minha primeira programação foi caminhar até o Parque Federico Garcia Lorca e visitar a Casa-Museu, que era considerada uma residência de verão da família. Lá dentro, descobri que sua irmã mais nova viveu até os 91 anos! E ajudou a recuperar o acervo e a transformar os espaços em que o escritor viveu em lugares de lembrança e estudo da sua obra.

Saí da visita tão emocionada que passei o resto do dia chorando. Por estar em Granada, por Granada ser Lorca e por Granada ser um pouco de Pernambuco.

Meu primeiro impacto ao chegar na tarde de terça foi de um reconhecimento que me surpreendeu. Granada é o Recife dos mascates, das ruas do cais de Santa Rita; das lojas de tecidos tipo Casas José Araújo; de loja de bordado, renda, linha e botão; de sapateiro de bairro, pra onde a gente leva aquele sapato velho que a gente insiste em não se desfazer. Granada é loja daquelas de revelar fotos com exemplos na vitrine, tipo Foto Beleza e a Tabira de antigamente (lembrei de tu, Cres! :-)). Granada é um artesanato lindo e delicado; é a cultura árabe da negociação.

Granada também é Olinda, com casas antigas e igrejas e mosteiros com um encantamento únicos. Caminhando pelas ruas ontem, só me lembrava daquela música de Alceu: "Olinda... tens a paz dos mosteiros da Índia... tu és linda pra mim és ainda... minha mulher...". Alceu poderia ter escrito esses versos pra Granada.

Mas a Andaluzia é mais. É também o sertão de Pernambuco. É um calor de rachar o juízo durante o dia e uma temperatura mais que amena à noite. Granada e a Andaluzia dão um entendimento de coisas bem próximas da gente: da poesia de João Cabral de Melo Neto; da obra de Ariano Suassuna e do movimento Armorial; de Francisco Brennand; da literatura de Cordel...

"De modo que" posso dizer que senti em Granada uma emoção parecida com a que senti quando fui a Lisboa (onde também passei um dia inteiro chorando!); de um encantamento de quem enxerga e reconhece um "de onde viemos" - a influencia dos portugueses e dos árabes (mouros) no que misturamos e construímos para sermos assim, do jeito que somos. E ao usar o "de modo que" presto minha homenagem a Ariano Suassuna, que soube por aqui que teve um enfarto. Melhoras, Ariano! Espero que se recupere rápido!

Tanto em Lisboa quanto aqui em Granada o povo deve ter pensado: "tadinha! tão deprimida!" kkkkkkkkk... mas as lágrimas não são de tristeza, não. São de emoção mesmo. Saíram sem controle pelo meio das ruas. São lágrimas de felicidade, por ter a oportunidade de ver o que eu vi em Lisboa e de estar por aqui nesta região da Espanha. É uma emoção que sai sem controle, uma alegria sem fim, que vem em lágrimas.

Hoje tenho mais um dia de emoções. A cidade é super pequena e do jeito que a maioria das pessoas programa as viagens, um guia de turismo comum diria que dá pra conhecer tudo em 2 dias (do mesmo jeito que Roma é vista em 5 dias). Mas eu vou passar um pouco mais de tempo; porque tenho certas dúvidas sobre o senso comum!


PS - Ao Nariz de Cêra: Cristiane Araujo, Carolina Leão, Eduardo Melo,Bruno Albertim, Luís Augusto Reis, Luiz Carlos Pinto, Teresa Maciel, José Florêncio... se eu me esqueci de alguém, por favor completem... porque o facebook não está me permitindo marcar mais ninguém.


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (22/08/2013)

quarta-feira, 21 de agosto de 2013




Oito da tarde, como dizem por aqui. Granada, 36 graus.

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (21/08/2013)

@camila_coelho @andregallindo @alexcunhamoraes uma loja só de pashminas! kkkkkk... lembrei de vocês!

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (21/08/2013)

Eu e minhas amiguinhas, Cristina e Rocio, esperando pra visitar a casa de Lorca

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (21/08/2013)

não há dúvidas de que os espanhóis são diretos; acho que essa estratégia não funcionaria no Brasil. "Tua ilusão é nossa fonte de energia".

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (21/08/2013)

A casa de Lorca


E meu coração quase saiu pela boca

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (21/08/2013)

@carolmonteiro2 me lembrei da sua irmã! Kkkkk... ela tem uma fábrica de pistaches na Espanha! :-)

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (21/08/2013)

terça-feira, 20 de agosto de 2013



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (20/08/2013)

Granada é o coração quente. Um lugar que a gente conhece mesmo sem nunca ter vindo. Estou emocionada.

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (20/08/2013)


minha gente! minha gente! meu coração parou de bater por um segundo e quando voltou só bate acelerado. não sei se aguento até sábado com tanta emoção.

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (20/08/2013)

Aqui na Espanha não tem esse negócio de fumar pode causar isso e aquilo, não. Eles são bem diretos!

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (20/08/2013)

Auto-imagem e comida nas férias

Todo dia eu acordo de manhã e penso: - Poxa! Caminhei tanto ontem. Acho que estou um pouquinho mais magra.

Todo dia eu chego em casa à noite e penso: - Nossa! Como eu comi hoje! Sou uma baleia azul!

Essa bipolaridade de autoimagem diária tem relação direta com o quanto se come bem por estas bandas. E a comida é o mesmo preço e às vezes é até mais barata do que no Brasil. No supermercado tem muitas coisas mais baratas, incluindo frutas e verduras, e guaraná e água de coco.

E nos restaurantes, nem se fala! Na Itália os pratos são mais fartos e se você pedir o menu completo vai ter que ficar parada no restaurante 3 dias feito uma jiboia, pra poder digerir uma quantidade de comida que não é pequena.

Aqui na Espanha as porções são menores, mas é possível encontrar o menu completo (entrada, segundo prato, prato principal, sobremesa e uma bebida) por 9 euros, ou 27 Reais.

Eu não sei como não tem gente gorda por aqui (vi poucos gordos). A dieta mediterrânea pode fazer bem ao coração, mas depois vou pesquisar sobre os índices de diabetes. Devem ser altos porque esse povo come massa, viu?! Macarrão, pães, croissants, batatas... e doces! Aqui em Barcelona provei um doce chamado "creme catalão". Uma delíciaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!! Mas deve ter 50 ovos em cada porção. Portanto, só como ovo agora em 2014!

Uma coisa interessante no fato de ser morena, gordinha e baixinha, numa terra cheia de mulheres altas, loiras e magras é que isso não impede ser paquerada. E as cantadas são engraçadíssimas! Não levo a sério, mas me divirto muito com as brincadeiras. Tirando um italiano que foi grosseiro, as demais cantadas por aqui são bem ingênuas comparadas com as do Brasil. É mais uma brincadeira mesmo. E como eu ando distraída na rua, demoro uns 5 segundos pra processar o que foi dito e morro de rir com um delay da tecla SAP. kkkkkkkkkkk...

Outra coisa que reparei bem legal é que os casais não têm vergonha de demonstrar afeto na rua. Casais hetero e gays, aqui em Barcelona e em Roma. Eles se abraçam e se beijam e mostram como se gostam em público. Talvez seja o sol, o clima estar quente, as pessoas andarem meio peladas (o povo anda com roupas curtíssimas e cavadíssimas e não está nem aí!). O calor é grande e o sol dura até 9h da noite, dia sim e outro também.

Por falar em sol, ontem encontrei Juliana Colares e sua mãe, Helenira, numa estação de metrô e fomos todas juntas e alegres abalar na praia de Barceloneta. Eu fui de rosa pink e ela me disse que ia de amarelo, pra gente se achar no meio da multidão do metrô. Mas nem precisou esse mais, mais, mais... porque ela me achou antes.

Helenira é animada feito a minha mãe e eu fiquei com saudades da minha Mami, que está no Recife e também adora viajar! Mami, você não tem facebook, mas um beijo pra você!

A praia em Barcelona, talvez por ser agosto etc, etc, etc..., é praia de gente fina, fofa e elegante. Tem as barracas já montadas e os guarda-sóis (todos muito bem pagos!) e o povo pegando um solzinho e tomando banho de mar. Não tem vendedores ambulantes não (só de mojitos - não sei como escreve mojitos, mas espero que seja assim). Passou uma figura oferecendo tatuagem de henna (também vi essa oferta em Ostia) e uma mulher oferecendo massagem, que se escondeu de repente quando passou um fiscal (segundo observou Helenira).

O mar é de água fria e transparente, mas o chão é de pedras. Várias, coloridas e de vários tamanhos. Chamei de "a praia de Gaudí". Se ele se inspirou na natureza para realizar suas obras, com certeza também se inspirou nas pedras do Mediterrâneo daqui.

Se a minha dermatologista me encontrasse hoje, me obrigaria a andar de burca pelos próximos 6 meses. Estou tostada! Hoje eu não sou uma baleia azul, sou uma "bôta cor-de-rosa"!

Sem mais, sigo viagem.

PS: Comentário-explicação - Kkkkkkkk... vocês são muito figuras! ♥♥♥ As cantadas são as mais leseiras possíveis, Paula Brukmüller. Desde um simples “bela!”, até um "Vamos morar na lua juntos?". Essa última eu só entendi 1 minuto depois. Eu sorri na hora feito alesada, pensando que ele estava dizendo alguma coisa sobre estar muito quente. Aí o tradutor foi processando as palavras enquanto eu caminhava e só depois eu entendi a história da lua. Eu ganho em Real, gasto em Euro, mas me divirto.


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (20/08/2013)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A gente foi dar uma pinta na praia de Barceloneta hoje! :-P

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (19/08/2013)

A praia de Gaudí


a praia em Barcelona é a praia de Gaudí! O chão é de pedregulhos! :-)

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (19/08/2013)


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (19/08/2013)

Parque dos Labirintos, Barcelona

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (19/08/2013)

Sobre se perder, se achar e viajar sozinha

Quando saí do Camp Nou começou de fato a minha aventura do dia. Eu tinha pensado em ficar no estádio esperando o povo todo sair e o metrô ficar mais livre, mas chega um determinado momento em que uns funcionários do Barcelona vão expulsando mesmo o pessoal do estádio, dizendo: "Pronto! Acabou! Vão pra casa e voltem na próxima partida!". Então, tive que sair.

O metrô estava lotaaaadoooo e resolvi que ia experimentar outros caminhos pra chegar no hotel. Resolvi pegar um metro de superfície e seguir pro lado contrário, onde tem uma integração com o metro subterrâneo, cuja linha me levaria à esquina de casa! Fiz isso e tive o pensamento certo! Enquanto esperava o metrô de superfície ainda achei caminhos para um casal de alemães e outro para dois japoneses! kkkkkkk... totalmente integrada ao mapa dos transportes de Barcelona!

Só que eu não contava que a estação do metro para onde eu fui estivesse em obras e fechada. Sem querer voltar pelo mesmo caminho às 10h da noite e com a certeza de que a gente deve andar sempre pra frente, segui as pessoas que desembarcavam do metrô de superfície e entravam numa estação de trem. E não deu tempo nem de pensar. Assim que entrei na estação também chegou o trem. Todo mundo entrou e eu entrei também! kkkkkkkkkkkkkk... o máximo que poderia acontecer seria eu ter que pegar um táxi!

(E foi assim que eu andei em todos os veículos de transporte público disponíveis por aqui!)

Depois que eu estava no trem, pensei: "Ai, meu Deus! E se eu for parar em Veneza?!" (piada interna!), sentei do lado de uma espanhola e comecei a ‘hablar’! Disse logo que estava perdida, que era brasileira e blá, blá, blá... minha tecla SAP ainda está com problemas; na verdade está cada vez mais avariada, porque agora, além de espanhol, inglês e português, depois de 8 dias em Roma eu também ‘parlo italiano’!!! Enfim, a minha nova amiga, Ainoa (nome basco, estudante de Letras - tradução e interpretação para o inglês), deve ter certeza que eu sou maluca. Até porque, a cada 5 minutos eu dizia a ela: "Eu não sou maluca, viu?! Só estou perdida!" kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

Cheguei em casa, como vocês podem ver!  E vou dizer outra coisa: eu teria preferido viajar acompanhada, com alguns de vocês, inclusive!, mas viajar sozinha está sendo muito divertido! Tenho aproveitado o máximo e curtido a minha própria companhia de um jeito que fazia tempo que eu não curtia.

Apesar de ter conversado com uma e outra pessoa nestes dias, foram só conversas bestas; gente que acaba sendo meio anjo da guarda que a gente encontra no meio do caminho (como a espanhola Ainoa. Obrigada, querida!!!). Na maior parte do tempo estou sozinha, curtindo os caminhos e a viagem, e pra ser sincera fazia tempo que não me sentia tão feliz e tão em paz.

Estou cada vez mais cheia de ideias, com a cabeça fervilhando, uma emoção de marejar os olhos e saindo pela garganta a cada nova etapa desta viagem. Depois eu pretendo falar sobre essas pessoas que encontrei pelo caminho... mas, por enquanto é isso! beijos e boa segunda-feira!

(escrevi demais! estava com as palavras acumuladas!)


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (19/08/2013)

Domingo é dia de futebol

Se no domingo passado eu fui à praia perto de Roma, ontem eu fui ao jogo do Barcelona, no Camp Nou! Estou quase uma local em cada cidade, né?! Tinha muitos turistas, mas foi o lugar onde eu vi mais moradores de Barcelona estes dias. Gente chegando de todos os lado, estádio quase lotado, uma festa. Só de ônibus de torcedores organizados eu contei mais de 70! Só de um lado do estádio.

Eu soube do jogo na fila da Sagrada Família, quando recebi um papel anunciando a partida que inaugurava o Campeonato Espanhol (isso eu não sabia! tive uma aula rápida com André Gallindo pelo Instagram antes de ir ao jogo, pra não chegar lá tão perdida. ehehehehheeh....). Vi o papel e os preços dos ingressos e enquanto me distraía com as conversas na fila me fiz três perguntas e tive um pensamento besta:

1. Quando será que eu volto em Barcelona? 2. Quando eu voltar vai ter jogo do "Barça" e eu vou poder ir? 3. Vai ser este mesmo time de Messi? O pensamento alesado: Se Neymar virar um Pelé, eu vou poder dizer que vi um jogo com ele em Barcelona! (sim! eu pensei essa leseira!). Isso tudo durou 30 segundos e quando acabou eu já estava decidida a descobrir onde e como comprar o ingresso.

Os garçons do restaurante onde almocei me incentivaram e me deram uma dica importante: - Se você comprar direto no estádio é mais barato! E foi o que eu fiz. Acordei cedo e segui para o Camp Nou pra comprar o meu ingresso. Foi mais barato e na saída vi um povo gritando por uma grade e por tabela ainda acompanhei a saída do time do treino da manhã, seguindo para a concentração. O povo gritava: Messi!!! Neymar!!! Xávi!!! Suerte!!! (e toda vez que alguém dava um tchauzinho era aquele levante! Viva!!!). Fui fazer minha programação do dia e depois voltei pra ver a partida.

Vendo o clima no estádio, fiquei pensando em como deve estar a cabeça de Neymar com tudo isso. O povo já veste a camisa com o nome dele (custa 100 euros!), as crianças querem ser Neymar (vi dois irmãos pequenos brigando: Eu sou Neymar! e o outro - "Não, Neymar sou eu!!!" kkkkk...) e ao meu lado sentaram um pai e um filho adolescente ingleses e o menino, que estava com a camisa 11, quase chorou quando Neymar entrou no segundo tempo. Deve ser muito doido pra ele, tão jovem, viver tudo isso, né?

Eu fiquei na Geral, na sétima fila, e o Barcelona ganhou de 7 a 0. Considerei um sinal de sorte.  A primeira vez que fui a um estádio foi em 1998, em Belo Horizonte, com o povo da faculdade, quando vi o São Paulo ganhar do Cruzeiro por 5 a 0 e senti falta dos Replays. Depois, aprendi indo ao Arruda com Fred Oliveira e com Eduardo Melo que deve-se levar um radinho para acompanhar as partidas e foi o que eu fiz ontem. Liguei o celular e procurei uma rádio que estivesse "passando" o jogo. Só que o pessoal daqui não narra o jogo. Os radialistas falam de tudo, comentam sobre futebol, falam do campeonato da segunda divisão e até a Corrida de Motos de Indianápolis eles estavam acompanhando (Valentino Rossi teve uma disputa emocionante pelo quarto lugar... :-P). Eles só narram o jogo na hora do gol e às vezes até perdem o gol! kkkkkkk... foi engraçado!

No intervalo do jogo os espanhóis comem um sanduíche gigante. Não sei de onde saem, mas assim que o juiz apita o fim do primeiro tempo, vi todo mundo comendo sanduíche, que de tão grande dura todo o intervalo! Messi fez dois gols e joga muito; descobri no rádio que Neymar jogou, mas parece que está machucado; e o técnico anuncia no intervalo as substituições do segundo tempo. Não sei se era porque o time adversário era "humilde" (como chamaram os radialistas), ou porque aqui é assim mesmo.

Não era o Arruda (no Arruda é bem mais emocionante! ahahahahahah...), mas no Camp Nou a Geral tem cadeiras numeradas e descobri que a espanhola que me vendeu a entrada foi super legal comigo, pois me colocou no lado da sombra! Foi super divertido! Amei!


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (19/08/2013)

Várias cidades numa só

Uma coisa que nenhum de vocês me disse é que Barcelona é várias cidades numa só. E eu não viveria em todas elas, apesar de achar todas muito interessantes. Hoje é meu último dia por aqui (amanhã sigo viagem) e circulando pela cidade encontrei regiões que me lembram muitas outras. Encontrei um pouco do Rio de Janeiro, uma região de São Paulo, a parte legal de Curitiba, uma área que me lembrou Belo Horizonte e outra onde vi Salvador.

Vi um pouco de Miami (sim! também tem Miami em Barcelona) e, apesar de nunca ter estado lá, tem uma região que parece filmes em São Francisco. E ontem, na minha volta pra casa do estádio do Camp Nou, vi até uma região que parece o bairro de Casa Amarela, no Recife. Todas estas cidades se ligam por um sistema de transportes perfeito e convivem com arquiteturas de várias épocas, sem que uma pareça agredir, ou interferir, na outra.

Mas talvez por ter vindo em agosto e a cidade estar essa Torre de Babel - ou uma Arca de Noé mesmo! (peguei no pé do viajante da Sagrada Família... eheheheheh...) Enfim, por ter encontrado mais gente de todo o mundo do que pessoas daqui, não reconheci uma alma da cidade, não identifiquei um jeito de ser do povo daqui, e fiquei com a impressão de que Barcelona é um lugar para estar de passagem.

Enquanto em Roma eu senti uma vida romana, tive vontade de me integrar a tudo aquilo e até ter um endereço, ficar e constituir família, como se diz :-); Barcelona me pareceu um lugar para onde a gente vai quando está estressado e precisa espairecer. Quando a gente diz "Ai, meus sais! Vou ali em Barcelona tomar uma fresca, ver gente bonita, passear de barco e já, já eu volto". Acredito que tenho que voltar outras vezes, noutras épocas do ano, para entender melhor a cidade e seus cidadãos.

Mas vi muita coisa por aqui. Todas muito legais. Me diverti bastante. Fui em La Rambla, no mercado La Boquería, andei pelo Bairro Gótico (amei!), passeei na orla e fui num píer de onde saem as Las Gonlondrinas, fui na Catedral e na Sagrada Família, no Parque Güell e na casa-museu de Gaudí, fui num parque aqui do lado de onde estou, chamado Parque dos Labirintos (o primeiro parque de Barcelona, de 1906) e hoje pretendo ir no Parque Monjüic (estive lá para ver o espetáculo das fontes no sábado e pretendo voltar hoje). Andei em todos os transportes (um sistema excelente!) e comi boas comidas e fui super bem tratada nos lugares. Vi a alegria dos visitantes nas ruas, indo para todos os lados, falando todas as línguas. Pretendo voltar.


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (19/08/2013)

domingo, 18 de agosto de 2013

Minha gente! Meu juízo é nos pés. Deixei meus poucos parafusos no Recife! Kkkkkk...


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (18/08/2013)


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (18/08/2013)

Se me virem na Geral do Camp Nou na partida de hoje à tarde isso não será uma alucinação. Não é o Arruda, nem jogo do Santa, mas eu vou dar uma chance ao "Barça"... ;-)

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (18/08/2013)

as pessoas se viram em qualquer lugar



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (18/08/2013)

Sobre viajar e querer encontrar o quintal de casa

Viajar pode mudar uma pessoa. Aumenta a perspectiva, muda o ponto de vista. Alguém que tenha estado a vida toda no Recife e vá passar o fim de semana em João Pessoa já voltará diferente. Ampliou a visão do mundo.

...

Fila para entrar na Sagrada Família, Barcelona, agosto/2013:

Ele: - Você acha que tá valendo o custo-benefício?
Ela: - Como assim? Não tinha pensado nisso.
Ele: - Do que a gente pagou e do que está aproveitando. São três da tarde e a gente só tirou 10 fotos... quer dizer, tirou mais porque eu fiquei tentando marcar quando o velocímetro chegava em 300 Km/h na estrada (!!!).
Ela: - Não fica reclamando. Toda fila que a gente entra você fica reclamando
Ele: - Não venho mais à Europa na alta temporada

(três minutos depois...)

Ela: Você tem certeza que não pode só ver por fora? Esse tempo todo pra entrar numa igreja que nem tá pronta!
Ele: Tenho. A gente tá aqui e vai entrar.

(dois minutos depois...)

Ele: O que você mais gostou na Europa até agora?
Ela: De comer queijos.
Ele: Se com seis meses de casados a gente já está aqui, imagina com 5 anos!

(um minuto depois...)

Ele: Aqui tá parecendo a Arca de Noé (?!?!), cada um falando uma língua diferente (!!!)

(a fila demorou meia hora)

Após a visita eles sabem quem foi Gaudí e que ele tinha consciência de que o projeto da Sagrada Família demoraria gerações para ficar pronto. ("Meu cliente não tem pressa. Deus tem todo o tempo do mundo" - teria dito, numa entrevista). E podem continuar achando os queijos o melhor da viagem.

...

Viajar pode mudar uma pessoa. Aumenta a perspectiva, muda o ponto de vista. Alguém que tenha estado a vida toda no Recife e vá passar o fim de semana em Joáo Pessoa já voltarà diferente. Ampliou a visáo do mundo.


*Qualquer semelhança com fatos e pessoas reais será mera coincidência


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (18/08/2013)

sábado, 17 de agosto de 2013

Boa Noite



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (17/08/2013)


Elvis não morreu. Ele faz apresentações no metrô de Barcelona

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (17/08/2013)

Sobre estereótipos, cidades e o futuro

Eu me perdi! Às vezes se perder é se achar. (filosofia de botequim, mas é uma verdade). Ao contrário de Roma, onde eu estava hospedada numa área bem central e onde eu sabia exatamente aonde ir logo na chegada, graças ao meu guia e GPS particular, Nando, que me explicou em detalhes até onde eu sairia no metrô! (Obrigada querido!); aqui em Barcelona eu vim orientada pelo Google Maps.  E por desconfiar do Google Maps, eu me perdi! kkkkkkkkkkkkkkk...

Entrei pela entrada errada da estação, tive que carregar a mala por 200 escadas (porque claro que eu também não achei os elevadores e escadas rolantes!) e, distraída, desci na estação errada e fui parar num bairro bem mais distante. Me achei graças aos espanhóis! (Eu tenho realmente sorte com as pessoas!)

Neste ponto vou falar sobre estereótipos. Não são bons, mas fazem parte da vida. A gente normalmente carrega uma imagem pré-formada de algumas coisas e às vezes toda uma população acaba pagando por um estereótipo. Fora o fato de que muita gente sai de casa esperando encontrar pessoas e culturas iguais à sua e nada disposto a entender o diferente. Na casa dos outros, siga a regra deles; é importante!

A minha imagem dos povos latinos é a seguinte: portugueses são literais e objetivos; italianos são explicados e objetivos; brasileiros são prolixos e não gostam de serem diretos por medo de que isso soe como indelicadeza; e espanhóis são objetivos. Eles são diretos e usam frases no imperativo. É apenas isso; não é grosseria; é o jeito deles.

Quando desci na estação errada do metrô, pedi informações a uma funcionária e ela viu logo que eu estava no lugar errado e falou: "Volte! Siga por aqui, desça nesta outra e estará lá!". Objetivamente. E abriu a porta de entrada de volta da estação para eu entrar, mas eu não vi. Achei que estava quebrada e fui passar novamente o tíquete do metro, ao que ela prontamente ordenou: Não paga!!! Passa!!!; e eu passei. Eu poderia ter considerado uma grosseria ela ter mandado eu passar, mas na verdade foi uma gentileza. Então, agradeci: Gracías!; ao que ela respondeu: De nada! Vai com Deus!!! (e sorriu).

Do mesmo jeito quando eu desci na estação certa, um senhor passou caminhando rapidamente por mim e falou, sem parar de caminhar: - Residência Ágora?; Eu: - Sim; Ele (sem parar de andar): - Não pare! Siga em frente, vire à esquerda e depois à direita e estarás lá! Você vai conseguir! (e quando ele falou a última palavra já estava uns 10 passos na minha frente); - Gracías!!! (gritei, feliz por ter recebido o incentivo).

Estou numa residência de estudantes, num bairro afastado do centro, mas com metrô super perto. Muito boa, confortável e com um café da manhã excelente. As redondezas são bem arborizadas, tem um velódromo bem na frente da residência, que fica ao lado de duas universidades. Tem umas faixas na saída do metrô protestando contra a privatização do espaço.

Aqui e em Roma vejo que os europeus lutam pra não perder conquistas de importantes de um estado de bem-estar social. Em Roma vi vários protestos sobre perda de benefícios na saúde e no ônibus de turismo aqui em Barcelona, a narração fala sobre as lutas da população para ter uma cidade mais adequada com a sustentabilidade e o bem-estar do cidadão. O europeu não tem medo ou vergonha das suas lutas; não acha que parar o trânsito para protestar é uma vergonha que merece manchete nos jornais. Eles sabem e valorizam a importância das conquistas.

Andar em Barcelona ou em Roma é ver como o Recife perdeu a chance de ser uma cidade "do futuro". Nunca será uma Barcelona. Nunca será Roma. Eu ri sozinha ontem no tal ônibus de turismo, quando numa região a narração diz: "ao lado, à esquerda, è possível ver uma torre alta, com vidros espelhados... nela estão blá, blá, blá...". Não sei o que tem na torre alta e pra falar a verdade nem vi a torre. O prédio mais alto que tinha nesta área era de 8 andares (OITO ANDARES!!!! E eles consideram alto demais!!!).

Não tem como não lembrar do debate levantado pelo Ocupe Estelita. O Recife não pode ser Roma, nem Barcelona, mas poderia ser uma Copenhagen (uma cidade belíssima, com tradição de navegação, cheia de ciclovias, com um transporte público mais que eficiente e mobilidade total). Mas continuamos querendo ser Dubai... era esse o debate, né?! Dubai é fantástica se pensarmos que ali era um cenário de areia de deserto. Dubai era areia de deserto e virou Dubai. Bom pra eles! Recife tem vida, história, pulsa... não è areia de deserto. Deveríamos almejar ser Copenhagen. Seríamos fantásticos e latinos, fantásticos e quentes!


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (17/08/2013)

Primeiro olhar sobre Barcelona

Vou dizer o óbvio: Barcelona é uma festa. O dia todo, todos os dias. Não sei se é assim nas outras estações do ano, mas em agosto a festa é para todos os gostos e em todos os horários. A cidade é linda e animada; e depois de receber tantas dicas de lugares, bares e restaurantes, e tantos elogios e saber como vocês amam Barcelona, me sinto obrigada a gostar também... kkkkkk...

Ainda não tenho uma opinião além do "É bela! E bem planejada! Com gente bonita por todos os lados!". Por hora, digo que vou morar em Roma e passar as férias em Barcelona.  Só me faltam os euros! O glamour eu tenho! (claro que isso é um detalhe).

Deixei Roma realmente sentida, já com saudades. Na minha ida para o aeroporto só me lembrava de um show de Madonna que eu via quando era adolescente, com Maurício Carvalho. O show era em Torino e Madonna entra bem animada no palco e diz bem alto: "Ciao Itália! Ciao Torino!" e eu só pensava em dizer: "Ciao, Roma!!!" (com o sentido de chegada e partida que a palavra pode ter; com vontade de seguir viagem e voltar o mais breve).

Tudo certo com o voo, cheguei bem antes ao aeroporto de Roma. Sabe aqueles pesadelos que a gente tem de cair da cama, ou perder um compromisso importante, ou aquele pesadelo que se repete de vez em quando? O meu é perder o avião. Tenho pânico de não conseguir embarcar para uma viagem. Apesar de só ter acontecido uma vez comigo, por culpa de um temporal no Recife, eu não arrisco. Prefiro chegar bem antes e ficar esperando do que correr o risco de não embarcar. Se um dia o avião cair, podem ter certeza de que haverá 99% de chances de eu estar dentro. Não serei aquela pessoa que chegou 5 minutos atrasada ao aeroporto e por isso sobreviveu. :-S eheheheheheheh...

Cheguei em Barcelona na hora da siesta. E isso diz muito de uma cultura. Do mesmo jeito que na Itália tem um monte de lugares fechados, com placas dizendo "Estamos de férias, voltem outro dia!", na Espanha eles fazem a siesta. Claro que não é em toda Barcelona, mas no bairro que eu desembarquei do ônibus que leva do aeroporto para o centro a maioria dos pontos comerciais estava fechada. Os europeus consideraram os indígenas preguiçosos, mas eles mesmos nunca abriram mão do descansinho sagrado deles. Que bom, né?!  Brasileiros poderiam ser menos estressados e deixar de exigir uma suposta eficiência de "primeiro mundo". O primeiro mundo não abre mão dos seus costumes. (continua...)


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (17/08/2013)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Barcelona é uma festa ;-)



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (16/08/2013)

Mais um lugar que não dá pra conhecer em 5 dias



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (16/08/2013)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Próxima parada:



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (15/08/2013)

Já com saudades!



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (15/08/2013)

Até breve, Roma!



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (15/08/2013)
Maurício Carvalho, no trem a caminho do aeroporto de Roma, me lembrei daquele show de Madonna que a gente assistia quando era adolescente! kkkkkk... Ciau Italia! Ciau Torino! Neste caso é Ciau Roma! A memória é uma coisa incrível! As lembranças vêm quando a gente menos espera! beijo!

* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (15/08/2013)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Uma quarta-feira de agosto em Roma

Uma coisa que eu gosto de fazer é ouvir rádio. No Recife e nos lugares pra onde viajo; rádio FM mesmo; diz muito dos lugares, por incrível que pareça. A cidade com a melhor programação de rádios do Brasil é Belo Horizonte! Nos Estados Unidos, em 2009, nos intervalos das músicas passava muitos anúncios oferecendo serviços de advogados para pessoas endividadas que precisavam renegociar suas dívidas, ou mesmo decretar a falência pessoal. Era o auge da crise por lá.

Na Suécia tocava uma versão de uma musica de Tati Quebra Barraco, em sueco!!! Era engraçadíssimo e eu demorei umas três vezes pra decifrar qual era a musica. Eu sabia que conhecia, mas não vinha na cabeça que música era aquela.

Aqui em Roma as rádios são bem variadas. Tem as religiosas, que no intervalo falam notícias sobre o Vaticano. Tem uma que toca músicas e só diz notícias esportivas; e ontem, ouvindo uma outra que não sei exatamente qual era, escutei Terra Samba e Netinho (Mila... mil e uma noites de amor com você...) kkkkkk... só músicas brasileiras bem novinhas, né? Pra dizer os endereços na internet, o WWW (Dábliu dábliu dábliu) vira "Vu vu vu"... Outra coisa engraçada que ouvi no rádio foi uma propaganda de água mineral com o fundo musical de Vanessa da Mata! O locutor vai falando que a água é pura, que isso e aquilo, e ao fundo toca "acabou... boa sorte... não tenho o que dizer...são só palavras..." eheheheheh...

Por falar em água mineral, aqui em Roma todo mundo bebe água das fontes, no meio da rua. Você compra água uma vez e guarda a garrafa, e depois enche na primeira fonte que encontrar. Confesso que tomo porque todo mundo toma, porque o calor é de deserto e porque eu ganho em Reais e a água é paga em Euros... Mas, como conhecedora dos serviços da Compesa numa cidade de apenas 500 anos, até alguém me explicar como é feito o tratamento de uma água que sai por encanamentos de 2 mil anos, vou manter a minha intenção de tomar um remedinho de vermes quando voltar pra casa.

Resumo de hoje:

Meu dia hoje foi de descanso. Fiz como os romanos e saí para almoçar, depois circulei um pouquinho e voltei pra casa pra dormir. Esses dias têm sido maravilhosos, mas eu realmente estava muito cansada e ainda tenho 10 dias de viagem pela frente. Foi importante ter descansado quase o dia inteiro. Umas 17 horas eu me arrumei e saí rumo a Ilha Tiberina, pro Festival de Verão. Fui devagar, porque o sol ainda é de rachar nesse horário e a temperatura deve passar dos 35 graus com certeza! Fui passeando mesmo... cheguei lá quando a programação já tinha começado e me sentei pra ver as pessoas passearem, ver o pôr do sol, ficar na sombra, levando uma brisa, olhando o Rio Tevere.

Umas 20h30 segui pra Trastevere e voltei ao cinema de Nanni Moretti. Sabia que teria uma sessão às 21h e cheguei bem na hora, pra ver o filme italiano Todos contra Todos (Tutti contro Tutti). Não vou contar toda a história, mas basta dizer que é sobre uma família que sai de casa num domingo para a Primeira Comunhão do filho e quando volta descobre que sua casa foi ocupada por uma família de bengales (aprendi, hein?!) e que eles agora são sem-teto.

O filme é muito bom. Não entendi todos os diálogos, mas deu pra chorar de rir e me emocionar com um debate muito atual, que tem tudo a ver com a crise que a Europa vive atualmente. Aqui em Roma tem muitos mendigos (bem mais do que eu podia esperar) e na maioria dos casos são imigrantes (bengales, africanos e asiáticos). São eles também que vendem bugigangas no meio da rua e se você diz que não quer, eles pedem qualquer dinheiro. Se a situação está difícil pros europeus, imagina pros imigrantes!

Amanhã sigo viagem e posso dizer que vou morrendo de pena de deixar Roma. Me apaixonei pela cidade e ficaria por aqui o resto das férias e bem mais tempo, se as finanças me permitissem. Hoje, andando nas ruas no pôr do sol e depois voltando pra casa quase agora, de ônibus elétrico e depois a pé, senti uma paz, uma alegria que fazia tempo que não sentia...

Por enquanto é isso... foi um diário romano. Não tenho ideia de como serão os próximos dias. Se eu conseguir, volto pra contar outras novidades da viagem e posto algumas fotos também. Obrigada por serem minha companhia de viagem! Beijos e até a volta!


* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (14/08/2013)

Eu ♥ Roma!



* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (14/08/2013)