A Andaluzia não é Pernambuco e Granada não é o Recife. Até agora eu falei só do que aproxima, mas o encantamento também está no que é diferente.
Se durante o dia, nesta época do ano, faz 40 graus e mais; à noite a temperatura cai para os vinte e poucos e as pessoas vão pras ruas. Granada se ilumina, ganha uma vida diferente, ganha música, sons de tamancos e castanholas.
É de tirar o fôlego! Gente caminhando por todos os lados. Bares, restaurantes, docerias e sorveterias abertos até a madrugada. Um clima gitano e também árabe. É a mesma cidade, mas é diferente.
Ontem fui a uma apresentação de flamenco, música gitana e recital de poesias num teatro ao ar livre montado apenas no verão nos jardins de Alhambra. Muito lindo! E a lua ainda estava cheia!
Fiquei com a impressão de que é algo como o Balé Popular deles (pra turista ver). Mas esqueça a improvisação do Teatro Beberibe! Aqui o negócio é sofisticado: som, figurinos e iluminação perfeitos.
O corpo de bailarinos belíssimo. Aquelas músicas que falam do amor apaixonado; as cores; os violões...
As mulheres lindas, com as saias de babado, os xales bordados; vestidas da cabeça aos pés, mas com uma sensualidade que suponho que uma mulher completamente despida jamais terá.
A sensualidade da curva do corpo, do rodar da saia, do movimento das mãos, da batida dos tamancos.
E os homens também tão sensuais. A bravura do touro e a ousadia do toureiro tão bem representados; uma coisa masculina, firme. (um me joga na parede e me chama de lagartixa! :-))
Acabou depois da meia-noite e muita gente volta pra casa caminhando. Eu voltei também e pude ver a cidade ainda viva, acordada, iluminada. Linda!
* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (23/08/2013)
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