1. Viva o metrô! Viva as visitas guiadas! Viva o cinema! Viva a disposição de caminhar por lugares diferentes!
2. Hoje fiz um programa fora do roteiro da maioria dos turistas, por incrível que pareça. Fui aos estúdios da Cinecittá! Fui meio que arriscando, sem saber o que ia encontrar. Peguei o metrô e segui. E que bom! Que lugar legal! Quanta história! A visita guiada é cara, mas como as outras que fiz, vale muito à pena. 18 euros pra conhecer as locações e entrar mesmo nos estúdios. No meu grupo tinha apenas 6 pessoas; e no grupo dos italianos, apenas 15 pessoas.
3. Os estúdios foram usados em muitos filmes importantes e ainda são usados, principalmente em produções norte-americanas e em comerciais. 1.400 pessoas trabalham lá e todas as construções e cenários são feitos de uma mistura de gesso, madeira e papel marchê. É incrível! Segundo a guia, das produções mais recentes, a série Roma, da HBO, foi toda rodada lá; além de filmes de Clint Eastwood e uma cena de incêndio de um filme de Scorcese. Como não sei os nomes dos filmes em inglês, vou ficar devendo estes pormenores pra vocês. Eles têm desde cenários da Roma Antiga, cidades da Idade Média, uma reprodução de ruas de Florença, até cenários da Nova Iorque do início do Século XX, da Nova Iorque atual e da França Renascentista.
4. Depois de visitar toda a área dos estúdios, seguimos para um museu, com projeções dos filmes já rodados na Cinecittá, peças de figurinos, de cenários, objetos usados em filmes clássicos, muitas fotos; emocionante! Confesso que fiquei com os olhos marejados de emoção. É lindo! Me lembrei muito dos meus amigos cinéfilos, principalmente Eduardo Melo, Marcos Toledo, Camila Coelho (Camilinha, eles têm cenários com detalhes de várias épocas históricas, que podem ser usados em filmes diferentes sob vários ângulos). E quando precisam, montam e remontam com estruturas pré-moldadas. Jaíne! Eles têm vários storyboards de filmes! Muito legal! Nando! Tem uma parte que é dedicada só à fotografia dos filmes. Enfim, amei!
5. A visita acabou já no início da tarde; resolvi voltar pro albergue porque neste clima seco a minha rinite está atacada e tive um pouco de enxaqueca. Almocei o melhor nhoque da minha vida, num restaurante aqui da esquina. Comida boa e com preço honesto.
6. Descansei e no meio da tarde peguei o metro de novo, rumo à Basílica de San Giovanni Latero. E dispensei o mapa! Comecei a achar que estava me atrapalhando, em vez de ajudar. E estava certa! kkkkkk...
7. A basílica é uma igreja enorme, que também é usada pelo Papa para realizar missas em feriados nacionais. Tudo muito bonito, quase do mesmo tamanho da Basílica de São Pedro, mas cheguei à conclusão que tenho fé, mas não me emociono com o catolicismo. A religião católica tem relação com a minha construção da fé, mas não me emocionam suas tradições e sua grandiosidade. Mas, como História, tudo é mais do que surpreendente e interessante!
8. Ao lado dessa basílica tem uma igreja chamada Santuário da Escada Santa. Nada mais, nada menos do que a escada do Palácio de Pôncio Pilatos, na qual Jesus Cristo teria se ajoelhado quando foi condenado à morte. A danada da escada foi trazida de Jerusalém pra Roma nos anos 300 d.C e hoje em dia os fiéis sobem ajoelhados os degraus, pagando penitência e fazendo promessas.
9. Isso tudo é perto da Via Ápia; saí andando pro lado contrário, por um parque, e encontrei um sítio arqueológico chamado Santa Cruz em Jerusalém. Tem uma igreja muito bonita, dedicada a Santa Elena, e um tipo de cento cultural, com o Museu dos Instrumentos Musicais, o Museu das Armas e um cinema. Andei mais um pouco e cheguei num dos limites da cidade.
10. Andando pelas ruas desse bairro perto de um dos limites de Roma acabei entrando numa cafeteria e tomei o melhor sorvete até agora! Deixei o dono do lugar, um senhor bastante atencioso, escolher os sabores que considerasse os mais gostosos e fiquei curtindo o fim do dia lá. Depois pedi um tiramissu e comi quase levitando! O melhor dos melhores! Descansei, fiquei vendo as pessoas passarem e voltei pelo mesmo caminho até chegar ao metrô e, agora, em 'casa'. Modéstia à parte, já estou ficando descolada por aqui e até ensinei uma italiana a pegar a linha certa do metrô! kkkkk... “Prossima fermata: Cavour; Ucitá sinistra” eheheheheheheh...
11. A partir de agora, já posso discordar dos meus amigos que disseram que 5 dias em Roma seriam mais do que suficientes para conhecer tudo. Vou para o meu sexto dia aqui e sei que irei embora deixando muita coisa não vista. Cada dia aqui tem sido melhor do que o anterior! Roma não é uma cidade para apenas uma viagem. É daquelas que se deve voltar várias vezes porque sempre vai ter coisa diferente acontecendo e lugares ‘novos’ para conhecer. Por isso, resolvi manter meu roteiro original e desisti do meu ‘bate-volta’ em Florença. Vou ficar por aqui e conhecer mais a cidade; porque tem muita coisa pra ver e preciso ainda jogar minha moedinha na Fontana di Trevi, pra garantir o retorno à Itália!
* Diário de uma viagem / agosto-2013 / publicado no facebook (12/08/2013)
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