quinta-feira, 24 de novembro de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Da praia da Ferrugem para a Roma de Federico Mocchia

Quando era adolescente, certo dia, uma polêmica sobre um livro tomou conta da sala da 6ª Série. "Na praia da ferrugem", de Marcelo Carneiro da Cunha - um livro bobo, um romance sobre fugir para a praia, nas férias, com o namorado; sobre a primeira vez; sobre amar e sofrer. Daqueles livros que se lêem de uma só tirada. Talvez pela época da leitura, pelos assuntos que interessavam aos 13 anos, pela leveza da escrita.

Mas não foi isso que alguns pais pensaram. "Como a professora indica um livro pára-didático daqueles?", "que fala de drogas, de sexo, de mentir para os pais, de se divertir nesta fuga que a adolescência mais deseja"? Uma grande bobagem, um livro que pode marcar, se lido na época adequada.

Aí eu, aos 34, começo a ler um romance italiano besta, um "Na praia da ferrugem" italiano: "Sou louco por você", de Federico Mocchia. Demora a engrenar, ao contrário do primeiro, talvez pela idade da leitora. :-) Mas do meio pro fim já estou interessada no que acontecerá com Step e Gin. Também um livro sobre primeira vez, sobre aventurar-se, sobre crescer (tão difícil crescer). Um pouco mais violento - muitas brigas, socos e pontapés no caminho de Step - o personagem principal.

A história se perde pelo meio - esquece alguns personagens não muito importantes, que não se sabe porque apareceram - mas volta a se encontrar nas últimas páginas. Um livro adolescente, que talvez os pais de hoje em dia condenassem pelos mesmos motivos dos pais de antigamente: sexo, drogas, violência, desobediência. Um livro pra passar o tempo, com 13 ou 34. Vale pelas "imagens" de Roma - descritas detalhadamente. Dá vontade de pegar um avião e seguir pra lá.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

domingo, 12 de junho de 2011

As Borboletas (Vinicius de Moraes)

Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Oh, que escuridão!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Time after time

Girls just wanna have fun

É sempre bom ver quando um artista, mesmo depois de tantos anos de carreira, ainda tem prazer em se apresentar. No caso de Cyndi Lauper, melhor ainda, por ver uma cantora que não ficou presa aos sucessos da década de 1980 e soube seguir em frente.

Cyndi Lauper entrou no palco do Chevrolet Hall às 22h25 do último sábado para apresentar músicas do disco Memphis Blues, uma fase pouco conhecida do público local, mas que não impediu a cantora de conquistar a platéia de cara. Acompanhada por uma excelente banda e com o auxílio da percussionista Lan Lan na tradução de algumas palavras para o português, Cyndi teve o público nas mãos já na segunda música.

Na primeira parte do show, a cantora priorizou o repertório de Memphis Blues e mostrou uma voz potente, talvez até mais trabalhada do que na sua juventude. Disposta a se divertir com as pessoas que pagaram para vê-la, a americana dançou, desceu do palco para cantar junto com os fãs e atacou de “All through the night” na quarta música, para delírio dos que esperavam pelos antigos sucessos.

Cyndi seguiu mesclando hits antigos no repertório de blues e fez concessões, ao improvisar com Lan Lan, apenas com voz e percussão, a inesquecível “The Goonies ‘R’ good enough”. Brincou com a sonoridade das palavras Mississipi e Recife, ganhou uma sombrinha e ensaiou passos de frevo. Destaque para “She Bop”, numa versão mais suingada e até melhor que a original.

O público, formado por quem já passou dos 30 e curtiu bem os anos 80, já estava satisfeito e foi ao delírio na segunda parte do show – quando pode cantar junto com Cyndi Lauper todos os grandes sucessos. Desacostumada com o calor dos trópicos, ela se permitiu tirar os sapatos e dançar com total domínio do público e do palco. Já passava das 23h15 quando recebeu uma ‘mensagem’ do tecladista, dizendo que “as garotas querem se divertir”. Baixou então o santo de “Girsl just wanna have fun” – cantada em coro pela platéia que pulava de alegria.

Cyndi atendeu mais uma vez aos pedidos e improvisou “Shine”. Seguiu de “Time after time” à capela, tocando ela mesma uma espécie de cítara, e encerrou com “True Colors” e uma referência a John Lennon, com a citação de “Power to the people”. Foi lindo.

Numa época de cantoras plastificadas, que precisam de sintetizadores, efeitos especiais e aditivos para serem chamadas de divas, Cyndi Lauper mostra que talento e carisma não se fabricam. O público, que não chegou a lotar o Chevrolet Hall, voltou pra casa feliz.

A versão editada e publicada - Chevrolet Hall // Cyndi Lauper em show atemporal

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Madri. Ah, Madri...

Juliana Cavalcanti
julianacavalcanti.pe@dabr.com.br

Ainda não inventaram um jeito melhor de conhecer qualquer cidade do que caminhando. É andando que encontramos as pessoas, podemos sentir o ritmo das ruas, observar costumes e interagir. Madri, capital da Espanha, é um desses lugares que convidam o visitante a caminhar.


Arquitetura do Ministério da Agricultura atrai olhares dos turistas Foto: Fotos: Juliana Cavalcanti/DP/D.A Press
Mesmo com pouco tempo livre, caminhar ainda será a melhor opção para saborear um pouco da cultura espanhola, presente em cada lugar da cidade. O roteiro pode começar pelo Museu Reina Sofia - um antigo hospital construído no século 16, transformado em museu em 1990.

O local abriga obras de artistas importantes da arte contemporânea, como os espanhóis Joán Miró e Pablo Picasso. Impossível sair de lá sem apreciar o famoso quadro Guernica, painel de Picasso que retrata o bombardeio à pequena cidade espanhola durante a ditadura de Franco. Além do acervo permanente, o visitante será surpreendido por belíssimas exposições temporárias.

Saindo do Reina Sofia, a dica é pegar o mapa e traçar uma meia-lua, em direção à Porta del Sol, região central e histórica de Madri. No caminho, há o Real Jardín Botánico e o belo Museu do Prado. Para quem gosta de cinema, às vezes vai parecer que você está num dos filmes de Almodóvar.

Com um pouco de tempo para apreciar o percurso, será possível notar que à medida que se aproxima da Porta del Sol, as ruas vão ficando mais estreitas e os edifícios mais antigos. A agitação da cidade grande dará espaço a ruas quase exclusivas para pedestres. Na Porta del Sol, você estará como na cabeça de um polvo, com ruas para várias direções. Comércio, bares, restaurantes, a poucos passos da Plaza Mayor. Pergunte como chegar ao Mercado de San Miguel - um lugar encantador, onde começará a segunda parte do roteiro de apenas um dia em Madri.

De bar em bar
Se você terminou o tour até o Mercado de San Miguel, chegou a hora de começar o mergulho na culinária espanhola. ´Salir de tapas`, na língua espanhola, significa algo parecido como sair de bar em bar, curtindo a noite e o que a direção dovento apontar. Ir a Madri e não ´salir de tapas` é praticamente um pecado, se considerarmos as inúmeras opções de restaurantes, bares e boates.

No mercado, há opções de tapas, tortilhas, o famoso jámon serrano, além de caviar, doces e frutas. Enfim, tudo o que se pode encontrar num lugar como este, com o charme de ser acompanhado por bons vinhos, tintos e brancos. O Mercado de San Miguel funciona diariamente, das 10h até a madrugada.

Noite
Os espanhóis mantêm o costume de descansar após o almoço: a famosa sesta. Por isso, a noite começa tarde. Mais uma vez com a Porta Del Sol como referência, pode-se seguir pelas vielas, entrando e saindo dos bares e boates. Com bastante gente na rua, muitos dos estabelecimentos colocam uma espécie de 'promotor' para atrair os passantes para as casas. De brinde, oferecem uma dose de alguma bebida. E assim é possível seguir a noite inteira, curtindo a diversidade de músicas, pessoas e lugares. Até o raiar do sol.

Se a viagem continuar, Madri terá surpresas por vários dias. Seo tempo for curto, sinto dizer que restará um gostinho de 'quero mais' e a vontade de voltar logo.

* A repórter viajou a convite da Secretaria Estadual de Turismo de Pernambuco

* matéria publicada no Diario de Pernambuco de 16 de fevereiro de 2011

Mais aqui e aqui. ;-)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Das impressões e encantamentos

Madri é uma cidade para se apaixonar. Em Lisboa me encantei com as nossas origens. Na Escandinávia, observei o diferente. Em Lima, me diverti com o povo carinhoso e as ruas movimentadas. Em Madri, me apaixonei. E o encanto ainda não passou. Acho que não cessará. Madri é uma cidade para se apaixonar perdidamente. Voltarei.