domingo, 22 de março de 2015

Do frio e do futebol

Faz frio. Uns dias mais, outros menos, mas pra mim faz sempre frio. Saio de casa com três meias e duas roupas térmicas. É incômodo, mas acho melhor do que sentir frio. Esta semana esquentou um pouco e já não amanhece com 2 graus. Durante o dia tem feito 14, 15... um dia desses fez 19 °C e eu me senti quase no verão! :-) Tenho saído até de vestido! Na partida da Fiorentina contra o Roma fazia uns cinco graus. Depois da agitação inicial, achei que ia perder os dedos dos pés e das mãos congelados.

Acho que é mais fácil ser mais feliz no calor. Uma roupa fresquinha e sempre a possibilidade de entrar num lugar com ar-condicionado. Ainda mais para uma pessoa que não gosta de vestir calça-comprida, como eu. Aqui, se está frio, você está cheio de roupas. E se por acaso “esquenta”, você não vai tirar (no máximo tira o casaco), já que em pouco tempo o frio virá novamente.

Eu e Giovanni (meu amigo espanhol) fomos a pé para o estádio. Bom para conhecer outra parte da cidade e bom para esquentar o corpo. A agitação do lado de fora é muito parecida com a do Brasil. Os italianos, pelo menos os de Florença, comem porcarias de carrocinhas de comida (a “food truck” popular, o nosso churrasquinho).

Aqui eles comem um sanduíche com um molho bem salgado de ervas e tripa de porco assada, chamada lampredoto; ou um sanduíche grande de carne ou salsicha, com verduras. Cerveja, refrigerante, água, etc. Fui de sanduíche de carne, até porque já tinha experimentado lampredoto e não pretendo repetir. :-)

O ambiente é meio confuso, a entrada não é tão organizada – apesar de os torcedores cadastrados terem apenas que aproximar o cartão de sócio de um leitor de código de barras e a entrada ser liberada. Nada de alguém conferindo. Se você não é sócio, mas tem um ingresso, da mesma forma: aproxima da máquina e a entrada é liberada.

Entretanto, ao contrário do Camp Nou, em Barcelona, onde a organização é impressionante, o lugar marcado aqui no “Campo de Marte” é apenas uma lenda e eu me senti no Arruda neste quesito. Logo na entrada, perguntamos a um outro torcedor como acharíamos “nossos lugares”; questão para a qual obtivemos uma resposta simples: “- Vocês não acham mesmo que vão assistir ao jogo dos seus lugares marcados, né?”.

Ao entrar no estádio, entendemos que simplesmente não seria possível. Eheheheheheheh... os lugares são marcados, mas cada um senta onde quer e quem chega mais tarde – como eu e Giovanni – não senta. É simples, autoexplicativo e parecido com o Brasil.

Dessa forma, fomos para o fundão, perto da galera que se encontra às 4:20. Sem lugar para sentar, mas do lado da “torcida organizada”. Gritos de guerra, músicas a favor, músicas contra o Roma, jogo de palavras e uma lista interminável de xingamentos que nenhuma aula de italiano na escola conseguirá ensinar. Bandeira roxas por todo lado, fogos coloridos e um cara com um megafone que fica agitando o pessoal. Faltou só a batucada, mas estava bem animado.

A Fiorentina jogou melhor, mas deixou o time do Roma empatar no segundo tempo, depois de o goleiro ter defendido um pênalti! Muita emoção, gente rezando, de costas para o campo, quase enfartando. No final, todo mundo já estava impaciente, por causa do frio. Quando o juiz (que teve a Nonna xingada de inúmeras formas) apitou o final, todo mundo bem rapidinho se dirigiu para a saída em busca de um lugar quentinho.

Diversão garantida, mais do que eu esperava. E uma corrida final para casa, em busca do aquecedor mais próximo. ;-)

Na partida de volta (Roma X Fiorentina), a Fiorentina ganhou de 3 a 0!!!! :-D

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